Nova unidade da Justiça Federal fortalece a cidadania em Boa Esperança

O Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6) inaugurou nessa sexta-feira (29/9/2025) uma Unidade Avançada de Atendimento (UAA) no município de Boa Esperança, em Minas Gerais. A nova unidade, vinculada à Subseção Judiciária de Lavras, foi estabelecida pela Resolução Presi número 31/2025 e visa ampliar o acesso da população à Justiça Federal, descentralizando os serviços prestados na região. A cidade de Boa Esperança situa-se a 300 quilômetros da capital Belo Horizonte.

O presidente do TRF6, desembargador federal Vallisney Oliveira ressaltou a relevância das cidades de Lavras e Boa Esperança. "Só a cidade de Lavras tem mais de 100 mil habitantes. Trata-se de uma jurisdição importantíssima e de muitas demandas. Por isso, a necessidade da criação dessa Unidade Avançada de Atendimento. Estou muito satisfeito com esse marco", comemorou o presidente.

Justiça mais próxima da população

Já o diretor do Foro da Seção Judiciária de Minas Gerais, juiz federal José Carlos Machado Júnior, reforçou que a Subseção de Lavras atende milhares de jurisdicionados. "A cidade de Lavras tem 295 anos, ou seja, é uma das mais antigas de Minas Gerais. Vive uma economia crescente e já desenvolvida. Com a criação da UAA em Boa Esperança, a vida do cidadão será facilitada, já que ele não precisará mais se deslocar até Lavras para ser atendido pela Justiça Federal", explicou o juiz federal e diretor do Foro.

No mesmo caminho, o secretário-geral do TRF6, juiz federal Antônio Francisco do Nascimento, reiterou a importância de recuperar a competência delegada do Tribunal de Justiça de Minas Gerais: “A Justiça Federal vai processar na sua especialidade, liberando o juiz estadual, que tem muitas competências, fazendo fluir a entrega da prestação jurisdicional”.

A inauguração da UAA em Boa Esperança é motivo de alegria para o diretor do foro da comarca Boa Esperança, juiz Ricardo Acayaba, que lembrou, ainda, do impacto de uma Justiça digitalizada no cotidiano das pessoas: “Eu tenho certeza que a prestação jurisdicional será muito célere às pessoas que aqui a necessitam, principalmente em relação ao INSS”.

Nova unidade será vinculada à Justiça Federal de Lavras

A UAA de Boa Esperança será uma unidade judiciária descentralizada e autônoma, conforme previsto na Resolução PRESI nº 02/2024 do TRF6. Judicialmente, a unidade estará vinculada aos juízos titular e substituto das Varas Federais de Lavras, que receberão a distribuição dos processos de forma equitativa e aleatória, com compensação de distribuição, caso necessário.

Videoconferência reduz deslocamentos

Com estrutura moderna e atendimento humanizado, a unidade oferecerá diversos serviços à população, incluindo atermação, informações processuais, perícias médicas judiciais, atendimento às partes e advogados, além da realização de audiências de conciliação, instrução e julgamento (inclusive por videoconferência). Esses serviços visam proporcionar mais celeridade e eficiência processual.

Um dos destaques da nova unidade será a realização de perícias médicas judiciais diretamente em sua sede para os processos de moradores dos municípios atendidos. Além disso, partes, advogados e testemunhas poderão participar de audiências por videoconferência sem precisar se deslocar até a sede da Vara Federal, facilitando o acesso à Justiça, especialmente para quem vive em localidades mais distantes.

Cooperação entre instituições públicas

A estruturação da UAA funcionará sob regime de cooperação interinstitucional, firmada por meio de acordos técnicos com instituições parceiras. Esses acordos garantem os recursos materiais, humanos e tecnológicos necessários para o funcionamento adequado da unidade, respeitando as relações jurídicas de origem dos processos.

Três homens em trajes formais estão de pé no centro de uma sala, participando de uma assinatura de documentos.

O homem da esquerda, de terno escuro, segura uma pasta preta com documentos abertos. O homem no centro, de terno cinza, está com a mão sobre os documentos. O homem da direita, de terno cinza, está com as mãos postas à frente.

No fundo, há uma mesa escura onde outros participantes estão sentados. Acima, algumas bandeiras  são visíveis.

TJMG será responsável pela estrutura física

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) será o responsável por ceder o espaço físico da unidade, além de fornecer mobiliário, equipamentos de informática, link de internet, manutenção e suporte técnico. Essa contribuição está formalizada no Acordo de Cooperação Técnica nº 238/2025 e no respectivo Termo de Adesão firmado com a Justiça Federal da 6ª Região.

A parceria entre os dois Tribunais foi celebrada pela representante da Presidência do TJMG durante o evento, desembargadora Luzia Divina de Paula Peixôto: “Os juízes aqui da comarca vão dar mais efetividade para os processos, vai desafogar muito a Justiça Estadual. Vai ser uma parceria muito boa, tanto para a Justiça Federal, que vai ter mais capilaridade no interior do Estado, quanto para a Justiça Estadual”.

Prefeitura fornecerá equipe e suporte técnico

Já a Prefeitura Municipal de Boa Esperança, por meio do Acordo de Cooperação Técnica nº 33/2025, ficará encarregada da força de trabalho e da disponibilização de recursos administrativos e técnicos. O prefeito Aroldo Medeiros reiterou a importância de atendimentos locais mais rápidos e eficazes: “Com essa instalação, teremos atendimentos, audiências, perícias com mais celeridade aos processos. Consequentemente, a população que está aguardando o desfecho de algum processo poderá, mais rapidamente, saber o resultado”.

A parceria entre os entes públicos reforça o compromisso conjunto com o fortalecimento da cidadania e da justiça acessível para todos.

Com a criação da Unidade Avançada de Atendimento em Boa Esperança, a Justiça Federal da 6ª Região reafirma seu compromisso com a democratização do acesso à Justiça e a interiorização dos serviços judiciais. A iniciativa representa um avanço significativo para a população da região, que passa a contar com mais proximidade, eficiência e dignidade no atendimento judicial. A parceria entre instituições públicas fortalece esse processo, demonstrando que a cooperação entre os poderes é essencial para promover cidadania, inclusão e desenvolvimento social.

Botão voltar