TRF6 promove roda de conversa sobre diversidade e inclusão

Na tarde da última sexta-feira, 24 de outubro, o Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6) e a Seção Judiciária de Minas Gerais (SJMG) promoveram a roda de conversa “Rostos e Vozes da Diversidade – Diálogos que Aproximam”. O evento teve como objetivo promover o respeito e a conscientização sobre os direitos e deveres da comunidade LGBTQIAPN+.

A atividade contou com a participação da juíza do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT3), Jéssica Grazielle Andrade Martins, dos servidores Rodrigo Varzim, Karina Medeiros e Juliana Santana, e do multiartista Gana. A abertura foi conduzida pelo diretor do foro da SJMG, juiz federal José Carlos Machado, pelo vice-diretor do foro, juiz federal Grigório dos Santos, pela desembargadora federal Luciana Pinheiro Costa e pelo presidente do TRF6, desembargador federal Vallisney Oliveira.

O encontro contou com o apoio do Pacto do Judiciário pelos Direitos Humanos, da Subsecretaria de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento de Servidores (SUDAS), da Diretoria da Subseção Judiciária de Belo Horizonte (DIREF) e da Secretaria Administrativa da Subseção Judiciária de Belo Horizonte (SECAD).

O presidente do TRF6, desembargador federal Vallisney Oliveira, destacou a relevância do tema. “Iniciamos hoje um debate fundamental com essa roda de conversa. É uma oportunidade de celebrar a pluralidade e promover reflexões sobre inclusão”, afirmou. O magistrado acrescentou que a iniciativa reforça o compromisso do TRF6 com a igualdade: “Queremos que nossas práticas reflitam respeito, acolhimento e justiça para todos”.

A desembargadora federal Luciana Pinheiro Costa observou que ações como essa consolidam o compromisso institucional com a promoção da igualdade. “Eventos como este demonstram o compromisso do TRF6 com a diversidade, não como algo a ser administrado, mas celebrado”, afirmou. Ela também destacou a importância de valorizar a diversidade dentro da própria instituição: “Se somos uma instituição que pretende fazer justiça, devemos fazê-lo também em relação aos nossos próprios servidores”.

O diretor do foro, juiz federal José Carlos Machado, ressaltou que o diálogo é parte essencial da missão do Tribunal. “O TRF6 é o Tribunal da Liberdade — seja religiosa, racial, de gênero ou sexual. Essas pautas precisam ser abordadas, pois não haverá cidadania plena enquanto houver preconceito ou exclusão”, pontuou. Segundo ele, o papel da instituição é “discutir, incluir e permitir que todos esses temas sejam enfrentados com abertura e responsabilidade”.

Para o vice-diretor do foro, juiz federal Grigório dos Santos, a diversidade deve ser compreendida como um valor inerente à condição humana. “Nós só evoluímos graças à diversidade. No ambiente de trabalho, é fundamental conviver com as diferenças, pois são elas que nos ajudam a crescer”, afirmou. O magistrado destacou ainda que o tema é pauta mundial e prioridade do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sendo acolhido com orgulho pelo TRF6.

A juíza do TRT3, Jéssica Grazielle Andrade Martins, enfatizou a importância da colaboração entre diferentes ramos do Judiciário. Para ela, “o diálogo entre a Justiça Federal e a Justiça do Trabalho amplia o olhar e fortalece a atuação conjunta do Judiciário, não apenas na jurisdição, mas também na relação com a sociedade”.

O servidor Rodrigo Varzim ressaltou que o evento representa um avanço significativo, pois foi a primeira vez que se sentiu plenamente acolhido pela Justiça. Ele observou que a iniciativa contribui para conscientizar os colegas sobre a importância do respeito às diferenças. O multiartista Gana, por sua vez, destacou o papel transformador da arte e afirmou que, como artista trans, a expressão artística é uma ponte entre as diferenças e um meio de sensibilização.

A servidora Karina Medeiros apontou que o debate ajuda a humanizar o olhar sobre as pessoas LGBTQIAPN+, além de promover o respeito e a empatia no ambiente institucional. Juliana Santana, que colaborou na organização da roda de conversa, destacou que a proposta nasceu do desejo de criar um espaço acolhedor. Segundo ela, o objetivo era permitir que todas as pessoas se sentissem reconhecidas e tivessem oportunidade de dialogar de forma leve e humanizada.

De acordo com o psicólogo Felipe Gurgel Tiso, eventos como esse têm o poder de gerar pertencimento e reflexão. Ele observou que rodas de conversa oferecem um “abraço simbólico”, ao demonstrarem que o Judiciário é um espaço aberto à escuta e à transformação. Felipe acrescentou que o principal sofrimento de pessoas LGBTQIAPN+ está na dúvida sobre se poderão ser aceitas como são, e que criar espaços de acolhimento é essencial para fortalecer a autoestima e o bem-estar desse público.

A iniciativa reforça o compromisso do TRF6 em consolidar um ambiente institucional mais inclusivo, acolhedor e atento à diversidade. Ao promover o respeito às diferenças e valorizar a pluralidade de vozes, o Tribunal demonstra que o diálogo é uma ferramenta essencial para a construção de uma justiça mais humana, equitativa e próxima da sociedade.

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