
O Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6) abriu a programação da Semana do Servidor, um período dedicado à reflexão e homenagem àqueles que diariamente dedicam seu esforço e talento na prestação jurisdicional, em cerimônia no auditório do edifício AFP, nesta segunda-feira, 27 de outubro. A iniciativa reforça um ponto fundamental do Poder Judiciário: a justiça é o produto de um trabalho inerentemente coletivo, que demanda o engajamento e a cooperação de cada pessoa da instituição.
O presidente do TRF6, desembargador federal Vallisney Oliveira, sublinhou a importância de uma pausa na rotina diária para a reflexão sobre o que é servir ao público como integrante da Justiça Federal: “Um tribunal, para chegar a fazer justiça, precisa de diversas mãos e são as pessoas que dão o seu trabalho, que dão o seu suor, a sua alma e que trazem suas vidas para cá que nós queremos homenagear nessa semana”.

Essa visão é corroborada pelo diretor do Foro da 6ª Região, juiz federal José Carlos Machado Júnior, que destacou que a Semana do Servidor é um reconhecimento do TRF6 àqueles que, de fato, constroem e movimentam o Tribunal. José Carlos aproveitou o encontro para lançar o projeto do livro virtual “Nossa História, minha trajetória: como cheguei até o TRF6”: “A nossa ideia é que esse livro tenha edições anuais, com depoimentos daqueles que têm uma trajetória e histórias para contar”, afirmou o juiz federal.

A Semana é um momento aguardado todos os anos, que promove o bem-estar e momentos de descontração de servidores, conforme esclarece o diretor-geral do TRF6, Jânio Mady dos Santos: “Ela fala de todos nós, na verdade, fala do servidor público do Brasil que escolheu essa carreira maravilhosa como seu ofício. E como servidores da 6ª Região nós estamos aqui fazendo um evento, uma semana maravilhosa, que começou com a nossa corrida, em que nós celebramos, com muita alegria, descontração, promovendo bem-estar. E esta semana se preocupa com isso”.

Trabalho coletivo é essencial
A eficácia do Judiciário federal depende da capacidade dos seus membros de atuarem em uníssono. A diretora da Subsecretaria de Assistência à Saúde do TRF6, Cristina Mendes de Aguiar, frisou a importância de uma construção coletiva no trabalho, inclusive para enfrentar as dificuldades que naturalmente surgem em qualquer ofício: “Queria deixar essa mensagem: a construção é coletiva, é uma rede humana. A gente tem muito valor institucional, faz muita diferença ser servidor da Justiça Federal, entregar o que a gente entrega e passar pelos desafios, e passar de uma forma melhor e mais leve, porque eles são reais, mas a gente passa melhor de forma coletiva.

A compreensão de que a força reside na interdependência e não no isolamento foi o ponto central da palestra proferida pelo psicólogo e escritor Alexandre Coimbra Amaral, cujas reflexões oferecem uma base sólida para entender por que o trabalho em equipe no TRF6 é, mais do que uma necessidade operacional, uma condição humana.
Ao abordar o tema da coletividade, Alexandre trouxe uma perspectiva profunda sobre a natureza humana e a falácia do individualismo moderno: “Nós somos seres sociais, nós, seres humanos, não nascemos para ficar sozinhos em nenhuma instância da nossa vida. É um fenômeno desse século o individualismo, que é uma ideia que foi muito difundida e que ainda está em voga, de que sucesso é você fazer as coisas sozinho e que força significa você não pedir ajuda”.

E adverte: “Essa vida individualizada e individualista faz com que a gente perca a habilidade de contato social, de contato mais íntimo, de construir laços que vão ficar na vida, que vão fazer a gente se sentir mais vivo, mais pertencente, mais membro de um coletivo”.
Num ambiente de trabalho, o individualismo provoca problemas que impactam até mesmo na produtividade das atividades, conforme finaliza o psicólogo: “Quando a gente está no local de trabalho, como é o caso aqui, no local de trabalho todas as ações são coletivas. A gente precisa dessa habilidade de relacionar para produzir em equipe. Se a gente está vivendo uma vida mais individualista, a gente está perdendo essa habilidade. A real é que a vida é o tempo inteiro coletivo. e o trabalho nunca vai ser exceção disso”.

A reflexão proposta durante a Semana do Servidor do TRF6, pautada na necessidade do coletivo, não é apenas um reconhecimento de que o trabalho é dividido, mas sim uma exaltação da maneira pela qual essa divisão se torna força. A superação dos desafios é mais leve e eficiente quando se atua em conjunto, mantendo o espírito de cooperação e a consciência de que a justiça é alcançada pela união de esforços e talentos qualificados.
Ao rejeitar a ideia de que a força reside no isolamento, e ao abraçar a certeza de que somos seres sociais que dependem da companhia e da colaboração, os servidores do TRF6 reafirmam seu compromisso não só com a excelência técnica, mas com a construção de uma rede humana que garante a eficácia e a humanidade da Justiça Federal.
A trajetória e o futuro do TRF6 dependem, em última instância, dessa capacidade inegociável de atuar como um só corpo, movido pelas diversas mãos de seus dedicados servidores.





