A Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural em Juiz de Fora

Da esq. para dir.: secretário-geral da Presidência, juiz federal Antônio Francisco do Nascimento; diretor da Subseção Judiciária de Juiz de Fora, juiz federal Renato Grizotti; presidente do TRF6, desembargador federal Vallisney Oliveira; diretor do Centro de Conservação da Memória da UFJF, Marcos Olender

O presidente do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6), desembargador federal Vallisney Oliveira, conduziu a comitiva do Tribunal em uma visita aos espaços culturais de Juiz de Fora, guiada pelo professor Marcos Olender, diretor do Centro de Conservação da Memória da Universidade Federal de Juiz de Fora.

"O transeunte distraído pode não perceber o painel “Quatro Estações”criado por Cândido Portinari", explica o professor. "A obra de arte está exposta na fachada do Edifício Clube Juiz de Fora, localizado na esquina da Avenida Barão do Rio Branco com a Rua Halfeld, no centro da cidade. Esse painel, feito em azulejos, foi inaugurado em 1956 e é uma das obras mais importantes do modernismo na cidade. Além disso, na lateral do mesmo edifício, Portinari também criou outro conjunto de obras: os painéis de cavalos, feitos em pastilhas cerâmicas, que decoram a fachada do prédio desde o terceiro até o décimo terceiro andar."

Juiz de Fora, reconhecida por sua rica tradição cultural, abriga o icônico Cine-Theatro Central, um dos mais importantes palcos artísticos do Brasil. Inaugurado em 1929, com projeto do arquiteto Rafael Arcuri, o teatro se destaca como um símbolo da história da cidade, refletindo tanto a influência da arquitetura italiana quanto a efervescência cultural de sua época.

O professor Marcos Olender, detalhou aspectos arquitetônicos do Cine-Theatro. "O projeto de Arcuri foi revolucionário, sendo o primeiro espaço em Juiz de Fora a utilizar concreto armado. Ele teve um cuidado excepcional com cada detalhe da construção, garantindo que o palco pudesse receber grandes espetáculos, desde o cinema mudo até apresentações teatrais".

Já o atual diretor do Cine-Theatro Central, Luiz Cláudio Ribeiro, ressaltou a importância da campanha de restauração que revitalizou o espaço. "Após um período de deterioração, houve uma mobilização significativa da comunidade e artistas como Milton Nascimento, que ajudaram a trazer o teatro de volta à vida em 1995. Essa restauração não foi apenas uma obra física, mas um resgate de uma memória coletiva", afirmou Ribeiro. Ele destacou que o teatro não só abriga grandes shows nacionais, mas também se abre para os talentos locais, promovendo a diversidade cultural da cidade.

Por sua vez, o secretário geral da presidencia, juiz federal Antônio Francisco do Nascimento enfatizou a responsabilidade de preservar o patrimônio histórico para as futuras gerações. "A história deve ser resguardada, pois ela oferece às novas gerações a experiência sensorial da cultura e da arte. É nosso dever garantir que esses espaços continuem vivos e acessíveis, promovendo um legado que conecte passado e futuro", afirmou.

O magistrado enfatizou a importância das ações judiciais relacionadas a Ouro Preto e outras cidades históricas de Minas Gerais. Destacou " que a Justiça Federal desempenha um papel crucial na preservação do patrimônio cultural, buscando resgatar e valorizar nossa história”.

Já o presidente do TRF6, contextualizou “que a visita cultural do TRF6 não apenas promoveu a valorização do Cine-Theatro Central, mas também ressaltou a importância da preservação cultural como um compromisso coletivo”.

O teatro, agora repleto de vida e programação, permanece como um símbolo do patrimônio de Juiz de Fora, unindo arte e memória em um espaço que continua a encantar a todos que o visitam.

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