Na manhã do dia 6 de setembro, a Presidente do TRF6, desembargadora federal Mônica Sifuentes, se reuniu com os demais desembargadores para prosseguir os trabalhos de elaboração do regimento interno da corte. Foi a terceira reunião com o mesmo propósito, em caráter híbrido (presencial e on-line), dessa vez realizada no auditório ao lado do Centro de Memória Institucional Renato Prates Martins, no segundo andar do edifício Antônio Fernando Pinheiro. Os trabalhos se estenderam até as 17 horas do mesmo dia.
Dentre os integrantes do TRF6 que participaram virtualmente estavam Simone Fernandes (Presidente da Comissão de Elaboração do Regimento Interno), Luciana Costa, Derivaldo Bezerra Filho, Klaus Kuschel, Evandro Reis e Rubens Rollo. Já dentre os presentes estavam André Vasconcelos, Edilson Vitorelli, Miguel Alvarenga, Álvaro Cruz, Pedro Felipe Santos, Ricardo Rabelo, Lincoln Faria, Grégore Moura e Flávio Gamboji. Na mesa, além da Presidente, tomaram parte os desembargadores federais Marcelo Dolzany (um dos membros da Comissão de Elaboração do Regimento Interno, em substituição à desembargadora Simone Fernandes) e Vallisney Oliveira (Vice-Presidente e Corregedor do TRF6). O juiz auxiliar da Presidência Gláucio Gonçalves também esteve presente.
Avisos – antes de retomar os trabalhos sobre o regimento interno do TRF6, a Presidente Mônica Sifuentes comunicou avisos gerais a todos. O primeiro comunicado foi quanto à atual situação do PJe (Processo Judicial Eletrônico): segundo ela, até o momento estava ainda ocorrendo uma necessária parametrização em relação os sistemas do Tribunal Regional Federal da 1ª Região e CJF (Conselho da Justiça Federal). Por outro lado, Sifuentes anunciou que o plantão judicial da 1ª instância já estava funcionando e que o plantão da 2ª instância começaria a funcionar na semana seguinte. “Recebemos uma determinação da ministra Maria Theresa [Moura], que pediu que fosse implementado o mais rápido possível, pois há uma enorme pressão por parte da comunidade jurídica para que funcione logo.”
A Presidente do TRF6 informou que o Vice-Presidente Vallisney Oliveira havia assumido o plantão da 2ª instância. No entanto, ela ressaltou a necessidade de que outros colegas também o auxiliassem no plantão. Nesse sentido, o desembargador federal André Vasconcelos se voluntariou naquele momento.
Sobre os gabinetes dos desembargadores, Sifuentes anunciou que já estavam disponíveis conforme uma circular da Presidência. “É plano dessa nossa administração que seja dado a cada um dos senhores e senhoras um gabinete o mais compatível possível com a grandeza e importância da nossa função.” Segundo a Presidente, a ideia era que houvesse dois gabinetes por andar no edifício Antônio Fernando Pinheiro. Entretanto, ela acrescentou que estudos seriam iniciados com o propósito de avaliar a possibilidade de transferência de alguns gabinetes – inclusive o gabinete da própria Presidência do TRF6 – para o edifício Euclydes Reis Aguiar. “Eu estive pessoalmente lá ontem [dia 5 de setembro], acompanhada dos doutores Gláucio e José Alexandre, e nós verificamos que a situação do prédio é realmente bem superior ao que nós temos aqui.”
Questão preliminar – a Presidente Mônica Sifuentes concedeu a palavra ao desembargador federal Ricardo Rabelo para que expusesse seu ponto de vista quanto ao critério de antiguidade previsto na Resolução STJ/GP 15/22. O documento estabelece a ordem de antiguidade da primeira composição do TRF6. A princípio, Rabelo arguiu uma possível inconstitucionalidade da norma com base em precedentes do Supremo Tribunal Federal, que teria se manifestado favorável à autogestão dos tribunais. Desse modo, cada tribunal teria o poder privativo de compor seu regimento interno de forma autônoma. “Houve uma invasão ou não [do Superior Tribunal de Justiça]? Alguns mais ao pé da letra seguem que houve, que não se poderia interferir nessa questão”, ponderou o desembargador.
Por sua vez, o desembargador federal Miguel Alvarenga fez um contraponto perante os colegas. Ele explicou que a Comissão de Instalação do TRF6 – formada pelos ministros do STJ –, percebendo grandes divergências relacionadas a critérios de antiguidade em outros tribunais regionais federais após 1988, procurou evitá-las no momento presente. “Nós não temos sequer autoridade para deliberar sobre esse assunto porque é uma norma superior de efeito vinculante para a Justiça Federal, que estabelece expressamente qual é o critério de desempate na antiguidade para a primeira composição do TRF da 6a Região”, defendeu ele. Assim, para Alvarenga, não se devia discutir a questão da antiguidade no regimento interno do TRF6.
Para decidir a questão, Sifuentes propôs uma breve votação, colhendo posições favoráveis ou desfavoráveis quanto à ideia de que critérios de antiguidade para a primeira composição do TRF6 fossem considerados matéria regimental, não seguindo assim a Resolução STJ/GP 15/22. Desembargadores que votaram a favor: Ricardo Rabelo, Lincoln Faria, Marcelo Dolzany, Álvaro Cruz, Rubens Rollo, Evandro Reis e Derivaldo Bezerra Filho. Desembargadores que votaram contra a proposta: Miguel Alvarenga, Pedro Felipe Santos, Grégore Moura, Simone Fernandes, André Vasconcelos, Klaus Kuschel, Luciana Costa, Flávio Gamboji e Edilson Vitorelli. A Presidente e o Vice-Presidente proferiram seus votos por último, sendo desfavoráveis à proposta apresentada pelo desembargador Ricardo Rabelo.
Metodologia de trabalho – encerrada a votação da questão preliminar, a Presidente Mônica Sifuentes explicou que o modelo utilizado para a elaboração do regimento interno do TRF6 seria o regimento interno do TRF1. “Não temos condições de apreciar aqui artigo por artigo, então nós vamos fazer por destaques.” Assim, Sifuentes concederia a palavra a cada integrante da corte para mencionar pontos que considerasse controversos no texto-base, fazendo em seguida, todos juntos, a imediata revisão do mesmo ponto. Após a apresentação e discussão de cada destaque, uma votação era realizada entre os desembargadores visando à aprovação dos destaques.
Em seguida, o desembargador federal Marcelo Dolzany fez uma apresentação de como estavam os trabalhos da Comissão de Elaboração do Regimento Interno até o momento. Ele esclareceu o desembargador federal Edilson Vitorelli havia ficado responsável pela consolidação do texto regimental. Mais adiante, Dolzany explicou que o chamado “primeiro bloco” do regimento interno iria do artigo 1o ao 104º (tratando da organização interna do TRF6); já temas como procedimentos ficariam num “segundo bloco”.
Durante a manhã, foram discutidos e aprovados os artigos compreendidos entre o 1º e o 10º do texto-base do regimento. À tarde, foram aprovados os artigos compreendidos entre 11º e o 22º.