TRF6 debate os desafios da heteroidentificação no Poder Judiciário

Fotografia colorida e retangular em que uma moça negra sentada numa mesa à esquerda fala a uma plateia de homens e mulheres.
Palestrante Helen Cristina Silva: "A diversidade é um fato, e a gente não tem como impedir isso, não temos como afastar"

No dia 6 de junho, o Tribunal Regional Federal da 6ª Região realizou em sua sede um seminário intitulado "Cotas raciais e autodeclaração: desafios das comissões de heteroidentificação e o Poder Judiciário", o qual contou com a participação de seis palestrantes, dentre eles o desembargador federal Prado de Vasconcelos e os juízes federais Osmane Antônio e Grigório Carlos. O desembargador federal Rollo d'Oliveira, presidente da Comissão de Equidade Racial do TRF6, também esteve presente e prestigiou a abertura do evento.

O seminário foi transmitido simultaneamente via plataforma Teams para um público de 120 pessoas e recebeu o apoio da Escola de Magistratura do TRF6.

Prado de Vasconcelos foi o primeiro a falar, sentado na mesa central do auditório do tribunal ao lado de Rollo d'Oliveira e Grigório Carlos (gestor do Pacto Nacional do Judiciário pela Equidade Racial no TRF6 e coordenador científico do evento). "Temos todos, pois, uma excelente jornada na data de hoje para discutir cotas raciais e autodeclaração, esse tema tão conflituoso quanto instigante para a construção de uma sociedade mineira ‒ e brasileira ‒ com mais equidade."

Já em sua fala, Grigório Carlos refletiu sobre os impactos cotidianos do racismo na vida da população negra brasileira. "É um problema estrutural, como diz a teoria crítica racial. É um racismo entranhado na nossa sociedade que não permite que as pessoas negras terminem o Ensino Médio, terminem a faculdade, que ascendam a um mestrado e tenham tempo para fazer doutorado."

Posteriormente, tomou a palavra a professora Helen Cristina Silva, mestra em Direito Processual pela PUC de Minas Gerais. Dentre outros temas, ela explanou sobre racismo individual, institucional e estrutural no país. "Quando o sistema de desigualdade é institucionalizado, porém de forma velada, de forma oculta, eu apanho mas não sei de onde; eu não sei como me proteger e eu também não sei como reagir a esse sistema."

O seminário foi uma realização da Escola de Magistratura do TRF6.

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