O Tribunal Regional Federal da 6ª Região lançou, na sexta-feira, 1º de agosto, o Programa de Promoção de Inclusão e Diversidade Racial — Incluir Mais, por meio da Resolução PRESI nº 28/2025. A iniciativa estabelece ações afirmativas voltadas à inclusão de estagiários e estagiárias, bem como de profissionais negros, negras e indígenas em início de carreira, com foco na valorização daqueles que já tenham atuado no TRF6 e buscam inserção no mercado de trabalho.
Representando o Tribunal, participaram da solenidade o presidente do TRF6, desembargador federal Vallisney Oliveira; o diretor do foro da 6ª Região, juiz federal José Carlos Machado Júnior; o presidente do Comitê de Equidade Racial, desembargador federal Rollo d’Oliveira; o juiz federal Grigório Carlos dos Santos. Já por parte dos escritórios de advocacia, participaram Bady Elias Curi Neto, do escritório Bady Curi Advocacia Empresarial; José Paulo Guaracy Rabelo e Paulo Coimbra, da Coimbra, Chaves & Batista Sociedade de Advogados; e Rafael Ramos Abrahão, da Abrahão Sociedade de Advogados.

O presidente do TRF6 afirmou que é um momento de alegria assinar o acordo, e recorreu a uma comparação botânica para exaltar a perspectiva de um futuro com mais equidade: “É uma semente que sabemos que vai frutificar. Esse sonho vai ser de vários outros advogados também. Não basta apenas os termos de compromisso, mas ações”, finalizou Vallisney. José Carlos Machado Júnior disse que o Programa “dá efetividade a um discurso que todos nós conhecemos há muito tempo, mas que, muitas vezes, não encontra respaldo no dia a dia da Administração Pública”. Ele também anunciou que o programa de estágios do TRF6 será reformulado para efetivar políticas de inclusão racial.

O presidente do Comitê de Equidade Racial do TRF6, Rollo d’Oliveira, agradeceu o empenho dos escritórios para iniciar o projeto: “Eu achei uma medida sensacional. Nosso Comitê continua aberto a toda proposta que nos ajude a integrar pessoas negras na sociedade. Fico muito feliz com a boa vontade dos escritórios dando essa primeira chance, a pessoa sai com menos medo de enfrentar a profissão.”

Já o juiz federal Grigório Carlos dos Santos, que também é o gestor do TRF6 do Pacto Judiciário Pela Equidade Racial, relembrou que o compromisso firmado não diz respeito apenas à Justiça, mas sim a toda a sociedade. Ele se emocionou ao relembrar os passos para a criação do Programa Incluir Mais, e reiterou o público que vai ser contemplado pela iniciativa: “Montamos esse programa que tem por fim quem terminou o estágio na Justiça e se declarou negra, e será selecionada pelos escritórios parceiros. Também visa aquele profissional iniciante: quem fez estágio na Justiça Federal, já se formou e tem apenas um ano de formação. Não é somente o público do Direito; de repente, o escritório pode precisar de uma pessoa especialista em IA, que foi estagiário da nossa Informática.”

Parceria com escritórios é fundamental para o Incluir Mais
O sucesso do Incluir Mais depende de um esforço coletivo, engendrado tanto pelo TRF6 quanto pelos escritórios de advocacia de médio e grande porte de Belo Horizonte. O primeiro passo foi dado pelos três representantes de advogados e advogadas durante a solenidade de assinatura do Acordo de Cooperação Técnica. Bady Curi ressaltou a necessidade de transformar projetos e palavras de inclusão social em ações que de fato impactam a realidade: “Aí está a verdadeira inclusão social: onde podemos agasalhar os nossos irmãos para poder dar a mesma oportunidade que nós tivemos. Aí nós estamos realmente trabalhando por uma equidade e por uma igualdade social.”. Por sua vez, Paulo Coimbra relembrou a importância do estágio na formação de profissionais de excelência, principalmente na área jurídica: “Não é um movimento isolado. Estamos muito felizes de ver essa preocupação da Justiça Federal. Sempre falo com meus alunos: façam estágio. O momento de inserção no mercado é durante o estágio.”



Por fim, Rafael Abrahão afirmou que o Incluir Mais concretiza ações concretas de equidade racial na advocacia — função essencial à administração da justiça: "É muito lisonjeante fazer parte de um projeto como esse, não só pelo conteúdo, mas por ser um projeto que traduz algo que se fala tanto, algo que se tem como importante há tanto tempo, e que traz essas palavras de necessidade e de futuro para o agora. É uma concretização de algo, que deixa o campo das ideias e passa a ser uma realidade."





