TRF6 participa de treinamento de novos juízes do TJMG

A imagem mostra quatro pessoas em um ambiente interno, de pé e alinhadas para uma foto. 

Da esquerda para a direita: uma mulher com suéter listrado e saia escura; um homem de terno cinza e gravata listrada; uma mulher de blazer e calça escura; e um homem de terno azul escuro e gravata de bolinhas. Todos estão sorrindo e olhando para a câmera. Ao fundo, há uma tela de projeção branca e uma parede escura. No lado direito, parte de uma cadeira verde é visível.

A desembargadora federal do Tribunal Regional Federal da 6ª Região, Mônica Sifuentes, realizou a palestra "O juiz como formador de opinião e educador das novas gerações". A exposição da magistrada integrou o Módulo Eleitoral do Curso de Formação Inicial dos Juízes Estaduais (CFI 2025), realizada na Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, e contou com a participação do desembargador do TJMG e membro da corte do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), Sálvio Chaves.

Durante sua exposição, Mônica reiterou que a figura do juiz como ser “imparcial, silencioso e distante” já não dá conta da “complexidade do mundo contemporâneo”, tornando-se, hoje, um guia da ética e da educação cívica — independentemente de sua vontade pessoal. Neste sentido, o bom juiz precisa estar atento ao seu próprio tempo, compreendendo que o direito está inserido num contexto social diverso e plural e que suas decisões têm impacto no dia a dia das pessoas

A imagem mostra três pessoas sentadas em cadeiras em um palco ou área de apresentação. No centro, uma mulher de blazer escuro está segurando um microfone e falando, enquanto segura um papel na outra mão. À esquerda, um homem de terno cinza e gravata listrada está sentado, olhando para frente. À direita, um homem de terno azul escuro e gravata de bolinhas está sorrindo e olhando para a direita. Na frente deles, há uma pequena mesa com um copo de água. O fundo é uma parede escura.

Utilizando uma comparação simbólica, ela destacou a importância de se manter uma postura altiva e humanista enquanto magistrados e magistradas: “Há uma imagem bonita de que a toga funciona como um espelho. Ela nos distingue, sim, mas não nos oculta. Ao contrário: amplifica o que somos. Se formos autoritários, a toga nos tornará ainda mais autoritários. Se formos humildes, ela nos dará ainda mais força para agir com justiça. A toga pesa. Mas ela não oprime quando é vestida com humanidade.”

A Justiça na era da hiperconectividade

A atuação de juízes e juízas em redes sociais ganhou destaque na palestra. A desembargadora do TRF6 ponderou sobre os usos éticos e com propósitos jurídicos e educacionais que se pode fazer em perfis no X, Instagram, YouTube etc. Mais do que questionar se membros do Poder Judiciário devem estar nas redes sociais, a pergunta é como eles e elas podem utilizar estas ferramentas em suas missões como referências da sociedade: “O juiz, mesmo fora da sala de audiências, continua sendo juiz. Não há como separar completamente o privado do institucional quando se ocupa uma função pública. Além disso, há uma exposição de riscos: segurança pessoal, violação de privacidade, vulnerabilidade a ataques virtuais, e até responsabilização disciplinar. Por isso, mais do que nunca, é preciso cultivar a sobriedade digital. Que não é silêncio. Mas é responsabilidade.”, afirma a desembargadora.

Ao final da palestra, a magistrada ressaltou dois aspectos primordiais da atuação na prestação jurisdicional. O primeiro, reiterando o tema central, é dos juízes como educadores, que, através de uma linguagem simples e acessível, comunicam à sociedade seus direitos e deveres através das decisões proferidas em seus julgamentos — principalmente nos períodos eleitorais, quando os ânimos do debate público estão mais exaltados. Nestes momentos, é ainda mais necessário que o juiz e a juíza sejam, conforme aponta a desembargadora, “um farol de serenidade institucional”.

A imagem exibe um auditório com um público sentado em fileiras de cadeiras escuras, voltadas para um palco. No palco, três pessoas estão sentadas em cadeiras. Atrás delas, uma grande tela de projeção exibe um slide com texto e um gráfico. No lado esquerdo do palco, há um púlpito com a sigla "EJEF" e três bandeiras hasteadas. As paredes do auditório têm painéis escuros e a iluminação é focada no palco.

O segundo trata da justiça restaurativa como contraponto à justiça retributiva. Esta, segundo a magistrada, muitas vezes se esquece da vítima e tem caráter punitivista e rotulador. Aquela, por sua vez, foca sua atuação no reconhecimento do dano e na responsabilização ativa, estabelecendo diálogos entre as partes envolvidas (sociedade, vítima e ofensor), além de reparar os danos sofridos. “Trata-se de reconhecer que a pena tradicional, muitas vezes, produz sofrimento sem transformação, castigo sem reparação, condenação sem escuta”, finaliza Mônica.

Sobre os novos magistrados

As juízas e juízes que participam do treinamento tomaram posse no Tribunal de Justiça de Minas Gerais no dia 7 de abril de 2025. Eles serão designados para atuarem nas comarcas da Justiça Comum em diversos municípios no interior de Minas Gerais.

Como a Justiça Eleitoral (JE) não tem quadro próprio de magistratura, os juízes do Tribunal de Justiça também atuam nas zonas eleitorais, que correspondem à primeira instância da JE. Nas cidades em que há vara única da Justiça Comum, o juiz acumula as duas funções. Nas cidades com mais de uma vara, os magistrados se revezam na função eleitoral.

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