TRF6 prestigia posse de Edson Fachin na Presidência do STF

Vista de uma sala de audiência ou plenário, com vários homens de toga e terno sentados em uma longa mesa em formato de "U", voltados para o centro onde há uma tribuna de madeira. A cena é gravada e transmitida em duas telas de televisão dispostas no chão, e há a presença de bandeiras e um crucifixo na parede de fundo.
Foto: Antonio Augusto/STF

O presidente do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6), desembargador federal Vallisney Oliveira, participou, nesta segunda-feira (29), da solenidade de posse do ministro Edson Fachin na Presidência e do ministro Alexandre de Moraes na Vice-Presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). Realizada em Brasília, a cerimônia reuniu autoridades dos três Poderes da República.

Ao tomar posse o ministro Edson Fachin afirmou que sua gestão será guiada por racionalidade, diálogo e discernimento. “O país precisa de previsibilidade nas relações jurídicas e confiança entre os Poderes. O Tribunal tem o dever de garantir a ordem constitucional com equilíbrio”, afirmou. 

Um homem mais velho, de pele clara e bigode branco, vestido com toga preta, sentado em uma cadeira de couro e falando em frente a um microfone, com outros homens visíveis em segundo plano.
Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ministro buscará estimular o diálogo entre os Poderes e a estabilidade institucional. Esse diálogo se dará sem exclusões nem discriminações, visando a um relacionamento institucional integrado e participativo. “Nosso compromisso é com a Constituição. Repito: ao Direito, o que é do Direito. À política, o que é da política”. 

Prioridade a grupos silenciados 

Uma das ênfases da gestão será a aplicação da Constituição com atenção prioritária a grupos historicamente esquecidos, silenciados ou discriminados, e Fachin citou especificamente a população negra, os povos indígenas, as mulheres e as crianças. “É hora de ouvir mais. Grupos vulneráveis não podem ser ignorados. A escuta é um dever da Justiça, e com a garantia do espaço de autodeterminação das origens plurais das pessoas, povos e comunidades, em igual dignidade”, ressaltou. 

Edson Fachin assegurou que a pauta de julgamentos será construída de forma colegiada, privilegiando as ações em que a Corte reafirme seu compromisso com os direitos humanos e fundamentais. “A pauta é da instituição, e não apenas da Presidência” ressaltou. 

Uma foto de uma grande audiência ou evento lotado, com dezenas de pessoas sentadas em fileiras de cadeiras. A maioria veste trajes sociais escuros (ternos), e algumas pessoas estão olhando para o lado. O ambiente tem paredes claras e um teto de madeira.
Foto: Luiz Silveira/STF
Desafios contemporâneos 

O novo presidente listou uma série de desafios complexos para o Judiciário, como o aumento da judicialização de demandas sociais, as mudanças climáticas, os impactos da transformação digital, a desinformação e o crime organizado em rede. 

Um dos objetivos do ministro é estruturar a transformação digital do Judiciário a partir da governança de tecnologia, com foco nos usuários dos serviços públicos digitais, possibilitando a transparência a partir do acesso a dados estruturados e acessíveis. Para Fachin, a revolução digital deve ser acessível e transparente e estar a serviço da cidadania e da inclusão. O objetivo, explicou, é aproximar o Judiciário do povo, reduzindo barreiras e ampliando a compreensão pública sobre sua atuação. 

Combate à corrupção e ao crime organizado 

Para Fachin, o Judiciário não deve cruzar os braços diante da improbidade. “A resposta à corrupção deve ser firme, constante e institucional”. 

No campo da segurança pública, anunciou a intenção de estudar a criação de uma rede nacional de juízes criminais especializada em organizações criminosas, além de um “tripé de ações” que incluiria um Mapa Nacional do Crime Organizado e um pacto interinstitucional para seu enfrentamento. 

Judiciário 

Dirigindo-se aos mais de 18 mil juízes do país, o presidente do STF afirmou que magistrados educam também por seus exemplos. Ele destacou a necessidade de um padrão remuneratório digno para a carreira, que assegure a independência funcional, não perpetue privilégios nem dilua seu senso de propósito. 

Para o ministro, a transparência é a chave quanto às modalidades de remuneração. Nesse sentido, afirmou que terá respeito intransigente à dignidade da carreira, mas também à contenção de abusos. “A independência judicial não é um privilégio, e sim uma condição republicana. Um Judiciário submisso, seja a quem for, perde sua credibilidade”, concluiu. 

Com informações do STF

Três pessoas posando para uma foto em pé. No centro, um homem de toga preta está ladeado por um homem de terno escuro e uma mulher de vestido azul, em frente a uma parede de mármore com o Brasão da República em relevo dourado.
Foto: Luiz Silveira/STF

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