TRF6 realiza seminário Consciência e Intelectualidade Negra

Para celebrar o mês da Consciência Negra, a Escola de Magistratura do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6) e o Comitê de Equidade Racial do TRF6 realizaram no dia 6 de novembro, no auditório do Edifício Antônio Fernando Pinheiro, o seminário “Consciência e Intelectualidade Negra”, que tem o objetivo de trazer ao Tribunal pessoas negras que são destaque em suas áreas de atuação. O evento contou com palestras de dois renomados médicos negros que atuam em Belo Horizonte, cada um em sua especialidade: a doutora Magda Profeta, que é professora-adjunta do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG e é especialista em proctologia, e falou sobre câncer de intestino, e o professor Júlio César Menezes Vieira, que é psiquiatra geriatra pela UFMG e doutorando em Farmácia pela UFMG, e abordou o impacto do envelhecimento na saúde mental.

Compuseram a mesa de abertura o presidente do TRF6, desembargador federal Vallisney Oliveira, a diretora da Escola de Magistratura do TRF6, desembargadora federal Mônica Sifuentes, o presidente do Comitê de Igualdade Racial do TRF6, desembargador federal Rubens Rollo D’Oliveira e o gestor do Pacto de Igualdade Racial do Judiciário no TRF6, juiz federal Grigório Carlos dos Santos.

O presidente do TRF6, desembargador Vallisney Oliveira, abriu o evento e destacou a importância da presença do Comitê de Igualdade Racial no TRF6. “Trazer questões que envolvem a cultura afro para discussão no TRF6 é tema muito atual. Estivemos recentemente visitando aldeias indígenas da etnia Maxacali no Vale do Jequitinhonha para conhecer melhor suas necessidades. Esses eventos nos colocam em contato com a diversidade racial de nosso país, que precisamos respeitar e valorizar”, ressaltou o presidente do TRF6.

A desembargadora Mônica Sifuentes, que estava em seu primeiro evento como diretora da Escola de Magistratura, falou de sua alegria em participar e da coincidência do momento. “Nosso primeiro seminário quando ingressamos na presidência do Tribunal, há dois anos e meio (atrás), foi exatamente uma mesa de conversa sobre a questão da equidade racial. Então, coincidentemente, quando ingresso na direção da Escola, o meu primeiro evento também é organizado pelo juiz auxiliar que também foi meu auxiliar na presidência, que é o doutor Grigório dos Santos, e o tema também foi sobre a intelectualidade negra, ou seja, também a questão racial. Então, isso demonstra a preocupação do TRF6, sempre renovada, de tratar esses temas da forma como devem ser tratados, com toda abertura, todo respeito, toda inclusão, todo abraçar essa causa, que é o que nós todos devemos fazer em termos institucionais”, declarou a desembargadora.

O juiz federal Grigório Carlos dos Santos, um dos organizadores do seminário, observou que “Em comemoração ao Mês da Consciência Negra, esse evento foi idealizado para trazer ao público pessoas negras que sejam destaque na sua área de atuação, sem a preocupação de abordagem de questões raciais. Por outro lado, mas no mesmo percurso, teremos pessoas não negras que abordarão questões raciais. Tudo isso tem a importância de mostrar que negros e não negros dominam com maestria várias áreas do saber, não somente aquelas ligadas a sua raça, e que todos nós, negros, brancos, índios, estamos no mesmo barco e devemos remar juntos, com força igual de todas as raças, não só de uma”.

O desembargador Rubens Rollo citou a obra “O Contrato Social”, de Jean-Jacques Rousseau, que defende a ideia de que a sociedade é formada por meio de um contrato entre indivíduos livres e iguais. “E dentro desse aspecto, existe consciência e intelectualidade negra que queremos exaltar”, falou o desembargador.

Palestrantes

A doutora Magda Profeta falou sobre a importância da divulgação do tema câncer de intestino para incentivar que as pessoas se preocupem com a prevenção. “Essa palestra é uma experiência excepcional, estou grata em poder estar aqui. Estamos acostumados a falar só para meios de saúde e eu acredito, como professora universitária, que a disseminação do conhecimento é uma das coisas mais importantes que existe, pois pode alertar as pessoas no que elas devem fazer no dia a dia, como elas devem se comportar para manter a saúde e prevenir doenças. Muitas vezes, as pessoas não fazem as coisas certas por desconhecimento, e não por má vontade”, observou. A médica destacou que o câncer de intestino tem uma incidência muito grande no Brasil e já é a segunda causa de morte no Sudeste.

O doutor Júlio César Menezes Vieira abordou o tema envelhecimento e seus impactos na saúde mental, e destacou a importância do conhecimento, tanto da síndrome demencial quanto da síndrome depressiva. “Demência e depressão são duas grandes doenças que impactam a vida dos nossos idosos. E não podemos esquecer que todos nós estamos envelhecendo. Atualmente nós somos 1 bilhão de idosos no planeta. Só no Brasil somos 32 milhões de idosos. Então, o impacto da depressão e da demência é incalculável. E quanto mais nós tivermos conhecimento, melhor a prevenção e o cuidado precoce. Tanto a depressão como a demência são um dos principais símbolos da incapacidade cognitiva do idoso, que impacta não só a sua vida, mas a vida dos seus cuidadores e de sua família”, concluiu.

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