TRF6 realiza tarde celebrativa com mulheres do órgão

Fotografia retangular e colorida em que duas mulheres não-negras estão sentadas diante de uma plateia majoritariamente feminina, num auditório. Uma das mulheres fala ao microfone.

No dia 13 de março, o TRF6, por meio da SECGP (Secretaria de Gestão de Pessoas) e Escola de Magistratura e Revista, proporcionou uma roda de conversa direcionada especialmente ao público feminino da Corte. Com o intuito de celebrar o Dia Internacional da Mulher, magistradas, servidoras e visitantes puderam trocar experiências sobre a condição feminina diante dos desafios atuais. A chamada “Tarde para Elas” teve caráter híbrido e foi realizada no 2º andar do edifício Antônio Fernando Pinheiro, em Belo Horizonte.

A Presidente do TRF6, desembargadora federal Mônica Sifuentes, foi quem abriu a tarde celebrativa. Em seu discurso, ela ressaltou a importância do papel das servidoras na construção da nova corte mineira, antenada ao século XXI. “Eu acredito, mulheres deste Tribunal, que nós estamos vivendo esse momento histórico, e eu quero realmente, é a minha proposta – e eu acho que é a proposta de todas vocês que aceitaram esse desafio –, fazer com que esse Tribunal seja diferenciado”.

Em seguida, a servidora Ana Carolina Jorge iniciou sua participação com uma pequena dinâmica que mostrava como a competitividade podia atrapalhar a chamada “cultura da paz”, tema de sua palestra. “Muitas vezes, as nossas necessidades não são incompatíveis: quando eu, como mulher, chego para o meu marido e converso com ele que eu preciso de mais liberdade ou de mais respeito, isso, em nenhum momento, precisa desrespeitar ou diminuir a liberdade dele.”

A segunda palestrante foi a agente comunitária de saúde Ivone Nicolao, fundadora do IMA (Instituto de Mulheres Amadas), que existe há cinco anos e conta hoje com 83 mulheres. Com o tema “Empoderamento Feminino e Autoestima”, a convidada discorreu sobre como suas dolorosas experiências pessoais a levaram a criar um grupo de apoio a mulheres vítimas de violência doméstica.

Fotografia retangular e colorida em que uma mulher negra fala ao microfone para uma público majoritariamente feminino.
Ivone Nicolao emocionou os presentes com sua história de superação na luta contra a violência doméstica

“A gente passa por violência, mas a gente pode escolher sair viva da violência, por mais que a gente ame esses homens, que a gente carregue um filho [deles] na barriga, por nove meses. [Então] você dá amor para ele, você dá a sua vida para ele. Depois ele cresce, vira um agressor e sai matando uma mulher, que veio de uma outra mulher. Aí a gente pensa: aonde a gente vai parar? Para que a gente está lutando? Até que ponto essa mulher está empoderada?” Ivone mora num bairro de grande vulnerabilidade social na capital mineira e afirmou ter sofrido violência doméstica por 22 anos.

A segunda convidada da “Tarde para Elas” foi Núria Bispo, coordenadora do projeto social “Mães Gentis”, um coletivo de mulheres que trabalham com produtos artesanais no município de Raposos. Em sua fala, ela contou a história da iniciativa e o seu impacto na vida das participantes. “Nossa missão está ligada a nutrir o mundo com alimentos saudáveis, feitos por mãos femininas com muito amor, gerando transformação social”, explicou.

O evento celebrativo foi encerrado pela desembargadora federal Luciana Costa, cujo tema da palestra foi “O Direito de Sermos Nós Mesmas”. De início, ela recordou a própria trajetória até a 2ª instância, defendendo a seguir a importância da autenticidade no agir feminino hoje. “A gente só consegue qualquer coisa sendo nós mesmas. Não adianta. A gente tem que ter verdade para conosco para a gente ter verdade com o outro. Nós temos que admitir que sofremos violência, e que não é só você que sofre”.

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